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  • Foto do escritorSabine Mendes Moura

Ninguém solta a mão de ninguém

Atualizado: 2 de ago. de 2020

Mais do que nunca, coletâneas se convertem em estratégias de empoderamento e construção de redes para escritores de todos os gêneros.

Novas Contistas da Literatura Brasileira foi publicado pela Editora Zouk (2018) em parceria com a Casa da Mãe Joanna (#cdmj)

Ouço todo tipo de opinião sobre #coletâneas e #antologias. Há quem diga que são "terra em que tudo vale", prestigiadas apenas por amigues e familiares de autores. Outres defendem esse tipo de publicação, pois é nele que encontramos novos talentos, experimentações e temas em que as grandes editoras, quase sempre, preferem não investir.

Fato é que, nos últimos dez anos, uma onda de coletâneas com curadoria profissional, organizada ao redor de temas relevantes, tem se convertido em foco de resistência da literatura brasileira.

MITOS SOBRE A "LITERATURA BRASILEIRA"

Um dos mitos mais persistentes em relação à escrita no Brasil é o de que brasileires quase não escrevem. Ou não fazem Literatura (assim, com L maiúsculo). Para testar esse mito, basta perguntar por aí o que vem à mente das pessoas quando dizemos "literatura brasileira." Provavelmente, você ouvirá alguns "Machado de Assis."


ENTÃO, NÃO HÁ ESCRITORES VIVES NO BRASIL?!

Talvez, você encontre alguém que fuja do padrão de resposta "livro escolar". Mesmo assim, o mais comum é ouvirmos menções a pessoas que construíram sua fama por outros meios - de Jô Soares e Fernanda Torres a blogueiros e youtubers.


Se você perguntar sobre autores negres, talvez ouça falar de Conceição Evaristo. E já não era sem tempo: foram 70 anos até que Conceição ganhasse a visibilidade que tem hoje, ainda questionada por muitos, apesar de sua extensa produção. Quantas outras Conceições deve haver por aí?


COLETÂNEAS: UM MEIO DE CONHECER A LITERATURA BRASILEIRA

Em um país que não reconhece seus criadores (em muitos sentidos), coletâneas temáticas têm se organizado a partir de estratégias claras de #empoderamento e #visibilidade.


Não se trata apenas de escolher um tema e julgar os textos que surgem a partir de critérios pré-estabelecidos de qualidade. O processo inclui a criação de redes entre autores, capazes de multiplicar o impacto da obra por estarem trabalhando juntes.


JUNTES SOMOS MAIS FORTES - MINHA EXPERIÊNCIA.

Novas Contistas da Literatura Brasileira (Editora Zouk, 2018) é um bom exemplo disso. Além de ser selecionada, passei a integrar um corpo de autoras de várias partes do país com as quais intercambiei, sendo inserida em uma rede de lançamentos, eventos e divulgação de que não daria conta sozinha. Tudo isso porque as organizadoras tinham "a certeza de que escritoras talentosas estavam espalhadas pelo País, e que era uma questão de encontrá-las" (#joannaburigo, #rosilenedasilvacosta, #adéliamathias, #lívianatália, #karinaxavier).


Há várias iniciativas como essa por aí. Busque, leia, escreva: literatura brasileira também é aquela que se faz aqui, agora, sobre os temas que nos toca viver. Apoiá-la é reconhecer-se parte de uma realidade nada distante.




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